Concorrência e gênero: hein?
O que as questões de gênero têm a ver com as discussões de direito da concorrência? Essa foi a pergunta levantada pela OCDE em 2018, trazendo questionamentos sobre os possíveis impactos concorrenciais de práticas do mercado (tanto pela ótica da oferta quando da demanda). Que tal começar uma pesquisa acadêmica nesse sentido? Há pouco (ou quase nada) escrito nesse sentido!
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Em março de 2018 a OCDE publicou uma instigante pergunta em seu site: o que as questões de gênero têm a ver com as discussões de direito da concorrência? Link: https://oecdonthelevel.com/2018/03/02/whats-gender-got-to-do-with-competition-policy/
No documento que subsidiou a pergunta, foram apontadas questões interessantes nessa possível interface.
Pela ótica da oferta: (i) quais as barreiras à entrada de mulheres em determinados mercados? (ii) quais as formas mais frequentes - e possivelmente sutis - de discriminação por gênero impostas pelos agentes de mercado? (iii) em que medida essas questões causam impacto na riqueza e na produtividade de um país?
E pela ótica da demanda: (iv) de que modo as empresas discriminam seus preços, produtos ou serviços ao consumidor específico das mulheres? (v) em que casos - possivelmente raros - haveria o abuso de poder dominante exploratório pela utilização de auditorias de gênero?
Ao final, o estudo sugere a leitura do documento do Banco Mundial sobre a Índia, denominado "Unloking women's potential", publicado em 2017 e disponível no seguinte link: http://documents.worldbank.org/curated/en/107761495798437741/India-development-update-unlocking-women-s-potential